DEU NO BOIGA DO TIÃO: Seu Clóvis e a sucessão estadual

Seu Clóvis tem 76 anos, aparenta menos e, pelo fogo, pode ser confundido com um rapazinho. Ainda joga futebol, na roça bota a moçada pra trás e somente deixou de namorar quando descobriu que as meninas estavam mais interessadas no seu cartão do que na sua formosura.

Além das atividades agrícolas, ele agora envereda pela da criação de bichos.Começou com as galinhas caipiras, agora cria carneiros de raça. Nessa época do ano a bicharada está redonda de gorda, por conta das vages de algaroba que estão maduras e começam a cair do pé.

O que mais se destaca na vida de Seu Clóvis, porém, é o seu restaurante. O Restaurante da Cabrita fica no meio do nada,na estrada que reparte Serra Branca de Sumé. Você entra por uma estradinha de barro, margeando um riacho e de repente se depara com aquela beleza de vista, a casinha toda branca, duas latadas,sendo uma delas redonda pras festas de encomenda, e a simpatia contagiante do dono, que quando avista o freguês vai logo anunciando: -Eu sabia que você vinha hoje!”

A culinária é especialíssima: galinha de capoeira, bode guisado e bode assado, acompanhados de feijão verde, arroz e farofa de inhame, uma especialidade da casa.

E enquanto se come, a conversa rola sobre tudo e mais um pouco.

Seu Clóvis gosta de política. Votou em Ricardo Coutinho pra governador.Ele disse que foi abordado na campanha por um ex-prefeito de São João do Cariri, que lhe pediu o voto em Cássio Cunha Lima.Seu Clóvis respondeu curto e grosso:

-Meu filho, a única coisa boa que os Cunha Lima fizeram na vida foi deixar Ricardo Coutinho no Governo.E agora que deixaram,vai ser difícil tirar.”

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