Quanto custa o preço da desinformação? – Por Ivan Alexandrino

Tem sido comum a propagação das ‘fakes news’. Apesar da prática já existir há algum tempo, o que temos acompanhado é que a disseminação de desinformação pode trazer riscos para a saúde pública, educação, incentivar o preconceito, a violência além de proporcionar o empobrecimento intelectual.

Muitos acontecimentos reais são menos importantes do que a crença pessoal. Parece que a sociedade caminha para um retrocesso abismal. A regressão do direito coletivo, do direito ao trabalho, de direitos sociais assusta.

Essa semana a Câmara de deputados num gesto antagônico à garantia de um dos direitos mais essenciais da pessoa humana e da sociedade – a educação – aplicou o maior e mais assombroso golpe contra a educação pública brasileira.

Acessando alguns links de alguns deputados é fácil verificar como ainda afirmam que aprovaram a regulamentação do FUNDEB, fazendo acreditar na própria mentira e que realizaram uma boa ação. E pasmem, tem muita gente aplaudindo, inclusive professores, ou melhor, professores não: “dadores de aulas”.

O texto da regulamentação do FUNDEB acaba retirando dinheiro da escola pública e repassando para o sistema S e a filantropia, ou seja iniciando a privatização. Um verdadeiro absurdo votado em pleno Dia Internacional dos Direitos Humanos. Esperar agora que o Senado consiga reverter a situação.

Esse é apenas um exemplo dentre tantos outros que diariamente aos olhos de todos se sucedem. Situações que têm mostrado o empobrecimento de uma sociedade que deixou de acreditar na realidade e passou a viver de fantasias.

O mais trágico de tudo isso é que as pessoas são facilmente iludidas, e as mentiras repetidas várias vezes se tornam, para muitos, puras verdades. Mas há um detalhe: a repetição tem o poder de fazer algo parecer mais verdadeiro, mas não se sobrepõe ao conhecimento.

Sobre o conhecimento seria a falta dele o que tem provocado o “emburrecimento”
(desculpa expressão) das pessoas. E isso tem um preço muito alto porque leva muita gente a uma verdadeira ruína.

A propósito, nosso país está bem servido de desinformação caminhando para o abismo colossal e a prova disso é que as pessoas que votaram em Bolsonaro sabem tanto sobre a ABIN como sabem sobre o comunismo.

(Me. Ivan Alexandrino)

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