Protestos contra governo reúnem 680 mil em 24 estados; governo não se manifesta

As manifestações contra o Governo Federal e a corrupção no País reuniram 680 mil pessoas neste domingo (12) em cidades de 24 estados e o Distrito Federal, segundo a Polícia Militar. Os organizadores, porém, calcularam a participação de 1,5 milhão de pessoas. Segundo o Movimento Brasil Livre, um dos organizadores dos protestos, atos aconteceram em pelo menos 173 cidades.

Além do DF, os atos aconteceram em São Paulo, Alagoas, Santa Catarina, Acre, Minas Gerais, Bahia, Amazonas, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Sul, Goiás, Rondônia, Paraíba, Pará, Rio de Janeiro, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Sergipe e Pernambuco e Tocantins.

O Palácio do Planalto disse que não comentaria os protestos, ao contrário do que ocorreu em março, quando os ministros Miguel Rossetto, da Secretaria-Geral da Presidência, e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, foram escalados para comentar em entrevista coletiva.

Em seu site, o Partido dos Trabalhadores (PT) ressaltou a mobilização a favor da presidente Dilma no Twitter que levou a hashtag #AceitaDilmaVez aos trending topics (TT) no Brasil a partir das 13h. O assunto chegou a ser o segundo nos TTs mundiais.

Veja como foram os protestos pelo País

Em Brasília (DF), aproximadamente 25 mil pessoas foram à Esplanada dos Ministérios, de acordo com a PM (Polícia Militar). O número, porém, é bem menor que os cerca de 50 mil pessoas que protestaram no dia 15 de março. No início da tarde, a multidão já começava a se dispersar.

Em São Paulo (SP), cerca de 275 mil manifestantes, de acordo com a PM, se concentraram na região da Avenida Paulista a partir do fim da manhã. Os policiais fizeram um cordão de isolamento em frente ao Masp, tradicional ponto de encontro para manifestações. Vestidos com as cores da bandeira brasileira, os manifestantes estenderam faixas e gritaram contra o governo e a corrupção.

Em Belo Horizonte (MG), pouco mais de 5.000 pessoas se reuniram na Praça da Liberdade, no centro da capital mineira, segundo a PM. Os organizadores contabilizaram 15 mil pessoas. No dia 15 de março, aproximadamente 25 mil pessoas foram às ruas de BH, segundo a PM.

No Rio de Janeiro (RJ), o segundo protesto do ano contra o governo e a corrupção também atraiu menos pessoas que em 15 de março. Os organizadores estimaram o público em 3.000 pessoas, contra 500 da PM no ato que aconteceuna Avenida Atlântica, em Ipanema.

Em Salvador (BA), cerca de 2.000 manifestantes se concentraram na orla da Barra e caminharam até o Cristo. A PM informou que não houve ocorrências e o protesto ocorreu de forma pacífica.

Em Porto Alegre (RS), cerca de 35 mil manifestantes começaram na avenida Goethe o protesto contra a presidente vestindo camisetas do Brasil e carregando bandeiras. O público foi bem menor do que o registrado na última manifestação. Dois caminhões de som acompanharam os manifestantes e um pequeno grupo carregou cartazes e faixas para defender uma interveção militar no País.

No cruzamento das ruas República e Lima e Silva, no bairro Cidade Baixa, um movimento auto-intitulado Coxinhaço se manifestou a favor do governo Dilma com samba e algumas bandeiras do PT, além de cartazes defendendo a democracia e contra regimes autoritários.

Em Vitória (ES), o público ficou abaixo do esperado na Praça do Papa em Vitória. Segundo a Guarda Municipal, apenas 500 manifestantes compareceram ao protesto.

Em Goiânia (GO) e cidades do interior do estado, 2.500 manifestantes participaram dos protestos, segundo PM, com a presença maciça de integrantes de diferentes lojas maçônicas liderando manifestações. Vestindo ternos pretos e outros trajes típicos das cerimônias maçons eles lideraram protestos contra a corrupção e o governo Dilma Roussef Catalão, Anápolis, Jataí e Rio Verde também tiveram atos, todos com 200 pessoas, no máximo, segundo a PM em cada cidade.

Os próprios organizadores admitiram que o número de pessoas mobilizadas em Goiânia foi menor do que no protesto de 15 de março, mas eles não se entenderam quanto à estimativa. A Polícia Militar estimou em 2.500 pessoas mobilizadas no ponto alto do protesto deste domingo, enquanto os organizadores falaram em 5 mil, 20 mil e até 50 mil manifestantes. No dia 15 de março, houve estimativa variando entre 25 mil até 60 mil pessoas no protesto em Goiânia.

No Recife (PE), cerca de 8 mil se reuniram segundo os movimentos Vem para a Rua e Estado de Direito. A marcha durou pouco mais de duas horas e pecorreu a orla da capital a partir da praia de Boa Viagem.

Em Natal (RN), o protesto contou com cerca de 4 mil pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar. Em Mossoró, ainda segundo a PM, foram 500 manifestantes.

Apenas 300 protestaram em Rio Branco (AC) contra a expectativa de 20 mil divulgada inicialmente. O mesmo se repetiu em Cuiabá (MT), onde 3 mil se manifestaram quando 50 mil eram esperados.

Em Curitiba (PR), cerca de 8 mil se reuniram em frente à Praça Santos Andrade. Em Foz do Iguaçu e outras 23 cidades do Paraná também tiveram protestos.

Em Santa Catarina (SC), produtores rurais foram às ruas com tratores para protestar contra o governo Dilma. Três motociclistas que participavam do protesto contra o governo federal em Balneário Camboriú foram atropelados, mas tiveram apenas ferimentos leves.

A condutora não prestou socorro às vítimas, fugiu do local do acidente e resistiu à ordem de prisão. Na Praça da Bandeira e arredores, região central de Joinville, norte do Estado, cerca de três mil pessoas se reuniram segundo os organizadores do Movimento Brasil Livre (MBL).Em outras seis cidades catarinenses houve manifestações: Lages, Chapecó, Timbó, Palmitos, São Francisco do Sul e Pomerode concentraram 3.190 pessoas, de acordo com a Polícia Militar. Nenhum incidente foi registrado nestes locais.

Fora do País, também foram registrados protestos. Em Paris, 40 pessoas se reuniram na embaixada brasileira. Em Nova Iorque, 40 protestaram por uma hora na Times Square.

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