OAS pagou mudança de Lula após fim do mandato, aponta investigação

A construtora OAS pagou a mudança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de Brasília para São Paulo após o fim de seu mandato, em 2010, afirmaram fontes ligadas à investigação Lava-Jato.

Segundo disseram essas fontes à TV Globo, a empresa custeou o transporte de oito contêineres com bens pessoais de Lula e seu armazenamento em um guarda-móveis por cinco anos. O serviço custou R$ 1,3 milhão.

Documentos da Receita Federal e do Ministério Público Federal obtidos pela reportagem revelam que o valor mensal do armazenamento dos contêineres era de R$ 21.536,84. Como o serviço foi prestado de 1 de janeiro de 2011 a 16 de janeiro de 2016, o total foi de R$ 1.292.210,40

Segundo os documentos, “para ocultar a origem e natureza da vantagem indevida, a OAS indicou que o contrato tinha por objeto o armazenamento de material de escritório e mobiliário corporativo” da própria construtora.

A autorização para a retirada do último contêiner foi assinada por Paulo Okamoto, presidente do Instituto Lula, que é um dos alvos da 24ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Aletheia. A retirada foi feita por Alexandro Antonio da Silva, Luiz Antonio Pazine e Paulo Marcelino Mello Coelho — os dois últimos foram intimados a depor na manhã desta sexta-feira (4).

“Há evidências de que Lula recebeu vantagens indevidas da OAS […] mediante pagamento de contrato de armazenagem de bens pessoais do ex-presidente […] com adoção de práticas de lavagem de dinheiro, com ocultação e dissimulação de origem, natureza e propriedade de bens e recursos”, conclui o documento.

Entrega no sítio de Atibaia
Ainda de acordo com a investigação, a empresa de transporte contratada entregou parte da mudança no sítio de Atibaia que é alvo de investigação por suspeitas de que pertença a Lula e de que sua reforma tenha sido paga por construtoras envolvidas no escândalo de corrupção da Petrobras.

A nota fiscal fornecida pela empresa de mudança, anexada à investigação, aponta que o ex-servidor da Presidência da República Rogério Aurélio Pimentel foi o responsável por receber os bens no sítio, em 8 de janeiro de 2011. Posteriormente, em 11 de junho de 2012, parte da adega do ex-presidente, que estava armazenada no depósito da empresa de mudança, foi entregue na mesma propriedade.

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