Estado vira piada ao divulgar apenas 9 casos de chikungunya em Monteiro

O Governo do Estado da Paraíba virou piada em Monteiro ao afirmar que apenas 9 casos da febre chikungunya foram registrados no município ao longo de todo um surto que atingiu mais de 90% das famílias da cidade nos últimos meses. A informação divulgada pelo Governo do Estado gerou revolta nos monteirenses, que garantem que os dados são totalmente mentirosos, pois não foram realizados exames para constatar a doença, bem como a Secretaria de Saúde do Estado só chegou ao município para combater o surto depois de várias semanas de contaminação do mosquito, e que a Prefeitura já estava fazendo o combate ao surto.

Para se ter uma ideia de como o Governo do Estado tenta maquiar o surto provocado pelo Aedes Aegypti na Paraíba, apenas no município de Monteiro mais de 90% das famílias tem registros da doença na maioria de seus familiares. “Somente em Monteiro daria para cobrir este número apresentado em toda a Paraíba pelo Governo do Estado”, desabafou a monteirense Izabel Batista.

A revolta na cidade de Monteiro aumentou depois que o governador Ricardo Coutinho recebeu críticas de que abandonou a cidade de Monteiro depois que foi reeleito. O governador não deu qualquer posicionamento sobre o caos que a população de Monteiro está vivenciando depois que o mosquito Aedes Aegypti  começou a atacar os monteirenses.

Veja a matéria que provocou a revolta do povo de Monteiro:

De 1º de janeiro de 2015 a 2 de janeiro de 2016 (52ª semana epidemiológica), foram notificados na Paraíba 28.184 casos suspeitos de dengue, sendo 11.469 confirmados e 6.421 descartados. Outros 89 casos foram classificados como dengue com sinais de alarme e 13 casos de dengue grave. Em 2014 (até a 53ª SE), registrou-se 7.551 casos de dengue, o que representa um aumento de 273,25%.

Pelos dados constantes no boletim, observa-se que o pico da incidência ocorreu no mês de maio (161,43 casos/100mil habitantes), seguido de uma redução em junho (73,73 casos/100mil habitantes), com uma nova elevação em dezembro (42,72 casos/100mil habitantes). A incidência até a 52ª Semana Epidemiológica na Paraíba é de 547,91 casos a cada 100 mil habitantes, o que sinaliza a epidemia durante o ano de 2015.

Ainda segundo o boletim, a maior predominância de municípios em epidemia está na 3ª e 4ª macrorregião, seguida da 2ª e 1ª macrorregião, respectivamente. “Observamos que os municípios em epidemia estão presentes e distribuídos por toda a Paraíba, fato este que confirma a necessidade de uma vigilância ativa no combate ao Aedes aegypti, bem como o envolvimento da população como ator principal, uma vez que a maior parte dos criadouros está em domicílios”, disse a gerente de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde, Izabel Sarmento.

Já o número de óbitos confirmados por dengue no Estado registrou uma redução de 44,4%. Em 2015, até a 52ª Semana Epidemiológica, foram cinco óbitos notificados, contra nove confirmados no mesmo período de 2014. Os óbitos que se encontram em investigação estão aguardando o resultado do laboratório do Instituto Evandro Chagas, no Pará, e seguem acompanhados pela área técnica e municípios, conforme preconizado por protocolo do Ministério da Saúde.

Febre chikungunya – Na Paraíba, até a 52ª Semana Epidemiológica, foram notificados 23 casos suspeitos da doença, em residentes dos municípios de Monteiro (9), Cajazeiras (6), Barra de São Miguel (3), Amparo (2), Umbuzeiro (2), Cachoeira dos Índios (1), Coremas (1), Pombal (1), Campina Grande (1), Alhandra (1) e João Pessoa (1).

A SES lembra que todo caso suspeito de chikungunya é de notificação compulsória imediata e deve ser informado em até 24 horas às esferas municipal, estadual e federal. Para a notificação deve-se ligar para 0800 281 0023, 3218 7331 ou 98828 2522.

Febre pelo zika vírus – A Paraíba conta com três Unidades Sentinelas do zika vírus implantadas nos municípios de Bayeux, Campina Grande e Cajazeiras, conforme recomendação do Ministério da Saúde, com a quarta Unidade Sentinela em processo de implantação em Monteiro.

“Para que as atividades de intervenção sejam desencadeadas não é necessária a confirmação laboratorial, tendo em vista que as ações epidemiológicas e ambientais devem ser permanentes”, explicou Izabel Sarmento.

Quanto à situação laboratorial, no mês de maio, na Paraíba, foram enviadas 20 amostras do estudo realizado pelo Episus/MS, sendo 12 positivas e oito não detectáveis.
Síndrome Guillan-Barré – De julho até o momento, foram informados pelos serviços hospitalares 22 casos suspeitos da síndrome, sendo 16 descartados e seis em investigação por suspeita de ter co-relação com o zika vírus.

Mesmo não se tratando de uma doença de notificação compulsória, conforme portaria 1.271/2014 MS, a SES, por meio da Gerência Executiva de Vigilância em Saúde, recomenda a todos os serviços de saúde a comunicação à Área Técnica da Vigilância Epidemiológica – Núcleo de Doenças Transmissíveis Agudas e à Coordenação dos Núcleos Hospitalares de Vigilância Epidemiológica, por meio dos telefones 3218 7331, 3218 7381 ou 3218 7317.

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