Era uma manhã comum de fim de inverno no Cariri…

Na casa morava uma família de pai, mãe e cinco crianças. Como de costume, depois dos afazeres domésticos, os pais prepararam o matulão e foram pro roçado, deixando as crianças em casa, fato comum naquele tempo.

Ali perto há o Rio Ipueira e no curso de rios e riachos, no Cariri, costuma nascer grama e várias outras plantas e árvores que aproveitam a umidade.

Uma dessas plantas é a Quixabeira, árvore média que dá frutinhos pequenos, semelhantes a pequenas jaboticabas.

A Quixaba tem gosto travoso, mas doce, e deixa a língua de que as come roxa, por isso as crianças gostam e se divertem comendo-as.

Ora, as cinco crianças decidiram ir ao rio comer Quixabas, levando consigo a mais nova, Luzia, que tinha cinco anos. Após comerem e brincarem, concordaram que era hora de voltar, menos Luzia.

Incautas, as crianças deixaram Luzia, que queria comer mais Quixabas e fez birra. Depois de algum tempo, a pequena decidiu voltar, mas errou o caminho e se perdeu na caatinga.

Ela só foi encontrada dois dias depois, há cerca de 3 quilômetros para o lado oposto da casa, morta.

O local hoje possui uma capela e recebe a Romaria da Menina. Fica à beira da pista entre Cabaceiras e São Domingos do Cariri.

Até pouco tempo, um relicário guardava o vestidinho que ela usava, mas vândalos incendiaram o local e o vestido se foi.

Muita gente afirma ter recebido milagres da menina. A devoção se tornou tão forte que próximo há uma árvore onde as pessoas colocam dinheiro em um buraco, antigamente como doação pra igreja, mas até hoje o costume permanece, ao que parece por fé. Eu mesmo vi dinheiro dentro da árvore.

Por Matuto Adaptado

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