Com baixa adesão, manifestantes protestam contra Bolsonaro em ao menos 15 capitais

As manifestações pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ocorreram neste domingo em ao menos dez  capitais brasileirase  no Distrito Federal, mas a divisão da oposição acabou esvaziando o primeiro protesto contra o governo após os atos antidemocráticos de apoio ao presidente no 7 de setembro. Inicialmente, a mobilização — convocada pelo Movimento Brasil Livre (MBL), Vem Pra Rua e Livres —  pretendia fazer um protesto com o mote “Nem Bolsonaro, nem Lula”, em apoio a uma terceira via nas eleições de 2022. Ao longo da semana, porém, num sinal para receber a adesão de outras siglas de esquerda, o grupo concordou em fazer um protesto apenas pedindo a saída de Bolsonaro do cargo. O PT e a CUT, porém, decidiram não participar.

Na Avenida Paulista, o ato reuniu pré-candidatos à Presidência de civersos campos políticos, como o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), e o ex- presidente do Novo, João Amoedo. A avenida não chegou a ser totalmente interditada, e a maior concentração de pessoas era num trecho de cerca de 500 metros entre os prédios da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e do Museu de Artes de São Paulo (Masp). Um boneco inflável com Bolsonaro e Lula abraçados — e o petista usando roupa de presidiário, chegou a ser erguido ao lado do carro de som.

Em Brasília, um grupo de cerca de mil pessoas que inclui desde militantes do PCdoB a grupos liberais como MBL e Livres também se juntou para se manifestar contra o governo Bolsonaro. Os manifestantes se concentraram na Esplanada dos Ministérios.

A pedido das lideranças, a maioria dos participantes foi ao ato usando a cor branca. Nos discursos, realizados de um trio elétrico, os representantes dos movimentos valorizaram a união de diversos grupos apesar das divergências ideológicas e pediram o impeachment do presidente Bolsonaro.

Alguns manifestantes levaram faixas em que cobravam punição à família Bolsonaro pelos escândalos de corrupção em que estão envolvidos e defendendo os ministros do Supremo Tribunal Federal, que foram atacados repetidamente pelo presidente nas últimas semanas. Em uma delas, havia os dizeres “Quem tem medo da Justiça é bandido”. Outras faixas cobravam outros aliados de Bolsonaro, como o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que é o responsável pela abertura ou não de um processo de impeachment.

No Espírito Santo, a manifestação começou às 9h30 na Praça do Papa, em Vitória. Os manifestantes saíram em carreata até Vila Velha, por volta das 10h20.

Em Belo Horizonte, o ato contra o presidente Jair Bolsonaro ocorreu na Praça da Liberdade, no centro da capital mineira. Assim como no Rio e em Vitória, as manifestações não tiveram uma grande adesão.

Os protestos deste domingo dividiram a esquerda: PT e PSOL descartaram aderir à manifestação. Por outro lado, o pré-candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, afirmou que irá comparecer em São Paulo e PSB e PCdoB também anunciaram participação, apesar das divergências com o MBL. O movimento se consolidou na mobilização pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e faz críticas frequentes a Lula.

Em Salvador e Manaus, os atos começaram por volta das 8h.

Outras capitais devem ter manifestações contrárias ao governo ao longo do dia. Há previsão de atos em Florianópolis, Goiânia, Porto Alegre e Curitiba.

Políticos de diferentes espectros políticos foram às redes sociais convocar as pessoas a protestarem contra Bolsonaro. O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) escreveu:

“Em uma democracia, o que vc faz quando o presidente eleito rasga as promessas de campanha, não trabalha, comete crimes em série e ataca a própria democracia, jogando o país numa crise imensa? Vc vai para a rua, se manifesta e exige que a lei seja cumprida”, escreveu.

“Estéril essa briga de foice nas redes”, escreveu. “Ninguém está obrigado a ir ou a deixar de ir aos atos de hoje. Inclusive os partidos que não aderiram liberaram filiados que quiserem participar. Por isso, melhor colocar a bola no chão e concentrar no que importa: Fora Bolsonaro!”.

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