“E se não chover?” Cássio cobra plano B para combate à seca

Brasília – Indignado, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) ocupou a tribuna nesta quinta-feira (22) para cobrar, do governo federal e do governo do Estado da Paraíba, a apresentação de um plano emergencial para amenizar os efeitos terríveis da longa estiagem na vida das pessoas.

“O Nordeste enfrenta mais um ciclo seco. A Paraíba vive, talvez, uma das suas maiores dificuldades das últimas décadas. Os mananciais estão secando. E não se vê um único movimento dos governos, nem federal nem do Estado da Paraíba, para combater os efeitos terríveis da estiagem na vida das pessoas.

Situação do Nordeste é grave
Cássio afirmou que a situação do Nordeste é grave, mas que a da Paraíba é ainda pior.

“Centenas de cidades da Paraíba estão entregues à própria sorte, diante da incompetência, da omissão e do descaso do governo do Estado e do governo federal, com essa gravíssima e preocupante estiagem, que pode se transformar, em breve, em uma catástrofe de grandes proporções” – disse o senador.

Ele contou que ainda na véspera (quarta, 21) o vereador da cidade de Brejo dos Santos, o vereador Rinaldo, encaminhou-lhe um ofício da Defesa Civil, comunicando que, em Brejo dos Santos, em Assunção, em São Vicente do Seridó, em várias cidades da Paraíba, o Exército estaria retirando os caminhões-pipa que asseguram o abastecimento das populações urbanas, deixando apenas os caminhões que estariam provendo as populações rurais.

População em pânico
Segundo Cássio, a situação é de pânico:
“População em pânico, porque não há mais água. Se tirarem os caminhões-pipa, as pessoas vão morrer literalmente de sede. Mas, hoje, cedo, o vereador Rinaldo comunicou que houve uma reversão da decisão. É uma ação paliativa, mas que não pode, de forma nenhuma, ser suspensa. São centenas de cidades da Paraíba. Campina Grande” – disse ele – “que é a maior cidade do interior do Nordeste, com 400 mil habitantes, estará enfrentando mais um dia de racionamento. Em breve, aquela cidade terá apenas dois dias de suprimento de água, enquanto que, nos outros cinco dias, o sistema estará desligado. Haverá diminuição, inclusive, da vazão que estava sendo liberada do Açude Boqueirão; de 1.200 litros por segundo, passará para 600 apenas”.

Estamos rezando, orando, torcendo, pedindo a Deus para que no Nordeste chova, mas a pergunta que tem de ser feita é: e se não chover? – indagou. Para Cássio, “há de se ter um plano B”.

Colapso no Açude Boqueirão
O Açude Boqueirão, ou Açude Epitácio Pessoa, alcançou na semana passada o seu menor volume de acumulação desde a sua construção: caiu dos 14,7% para 14,4%, percentual este que só havia sido atingido em 1999, no mês de dezembro, quando o Boqueirão chegou a 14,8% do seu potencial de acumulação hídrica. E nós estamos ainda no final de outubro. Até dezembro, quando, provavelmente, numa época de chuva, não haverá recarga do açude, esse percentual será ainda mais reduzido.

Cássio disse que a situação da Paraíba exige providências inadiáveis para elaboração de um plano de contingência, um plano emergencial, caso não chova o bastante nos próximos meses. O senador disse que a transposição do São Francisco é a solução definitiva para a população abastecida pelo Açude Boqueirão. Mas, até lá, é preciso trabalhar com uma alternativa.

Mínimo de tranquilidade
“É a exigência, é a cobrança que a cidade Campina Grande faz, neste instante, por meu intermédio. Cobrança que é feita por várias outras cidades, centenas de cidades da Paraíba que estão entregues à própria sorte. Autoridades do governo federal e do governo do Estado não podem mais adiar a apresentação desses planos emergenciais tão necessários para trazer o mínimo de tranquilidade às populações atingidas por essa longa estiagem na Paraíba”, disse Cássio Cunha Lima.

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