Apesar de apelo da OMS, Brasil só fará testes sobre coronavírus nos casos graves

Após a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendar nesta segunda-feira (16) que os países apliquem testes em massa para descobrir quem está infectado e isolar esses pacientes para “achatar a curva” da disseminação da doença Covid-19, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, afirmou que o governo estuda fazer a importação de testes rápidos para o novo coronavírus (Sars-Cov-2) no Brasil.

Apesar disso, Gabbardo afirmou que não mudará agora o critério adotado na atual fase de mitigação. Atualmente, no Rio de Janeiro e em São Paulo, apenas as pessoas com casos graves serão testadas.

A determinação foi divulgada na sexta-feira (13) pelo Ministério da Saúde, que apontou como justificativa para a mudança no critério de testes o fato de o Brasil ter alcançado 100 casos da doença e também o fato de haver circulação sustentada dentro desses estados.

A medida busca economizar testes para as pessoas com complicações. O governo disse ter comprado kits da Fiocruz para 30 mil testes nos laboratórios públicos do Brasil.

“Desde o início estava programado nós iríamos fazer a testagem, e a busca ativa durante um certo tempo até atingir um determinado número, depois disso, e essa era a própria orientação da própria OMS, não haveria mais necessidade mais de continuar investigando”, Gabbardo.

“Nós queríamos a partir daí dar atenção para a questão da assistência que é muito mais importante do que ficar investindo e gastando energia na identificação de número de casos”, completou Gabbardo.

O Governo de São Paulo informou que vai avaliar a recomendação da OMS, mas alega que a organização “alterou sua forma de trabalho”. “Há uma diferença entre o mundo ideal e o mundo real: o mundo ideal é fazer o teste com o maior números de pessoas, o mundo real talvez não seja esse”, disse coordenador do centro de contingência contra o coronavírus em SP, David Uip.

Aquisição de mais testes
O secretário-executivo do Ministério da Saúde disse que, se houver possibilidade de adquirir o testes, consequentemente ampliaria a quantidade de pessoas para serem testadas.

“É possível que o Ministério da Saúde faça uma aquisição, importação de testes rápidos. Testes que não dependem de fio de material para laboratório”, afirmou Gabbardo.

“Isto ainda está em fase de discussão interna no Ministério da Saúde impondo os nossos técnicos e especialistas que estão nos assessorando, nos ajudando na tomada de decisão”, declarou João.

Critério de investigação
O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse nesta segunda, que testes em larga escala para cada caso suspeito ainda são a melhor alternativa para conter a disseminação do vírus.

“Não se consegue combater um incêndio com os olhos vendados – você não consegue parar essa pandemia se não souber quem está infectado” – Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor da OMS

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