Açude de Boqueirão tem volume ‘confortável’, mas população enfrenta falta d’água

Um levantamento feito pela Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (Aesa) no açude Epitácio Pessoa, localizado no município de Boqueirão, no Cariri da Paraíba, na quarta-feira (26), mostrou que o reservatório está com 66,8% do volume total. No entanto, a população do município que sedia o açude reclama da liberação das águas para outros reservatórios e da falta de água nas torneiras das casas de bairros das cidade.

O reservatório de Boqueirão é responsável pelo abastecimento de pelo menos 20 municípios na região. Segundo a Aesa, a situação hídrica do açude é confortável e, por isso, a abertura de uma comporta foi autorizada. A água que está sendo liberada pereniza o Rio Paraíba até a cidade de Itatuba, onde é abastecido o açude Acauã, que abastece outros 14 municípios.

À TV Paraíba, a agente comunitária e moradora de Boqueirão Izônia Maria relatou estar preocupada com a liberação das águas do reservatório. “Me incomoda, pois a gente lembra de como ele esteve antes. A gente não sabe como é aproveitada essa água”, disse.

De acordo com o especialista em recursos hídricos do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Denocs) Isnaldo Cândido, os órgãos responsáveis pela gestão das águas são a ANA (Agência Nacional das Águas) e a Aesa.

“Essas instituições decidem e essa abertura não é desperdício. Existe uma vazão calculada, deixando a calha do rio regularizada e chegando ao açude Acauã. É bom que as pessoas compreendam que, se nós temos água em um determinado local, nada mais justo que atender as comunidades que estão precisando”, informou.

Conforme relato de morados à TV Paraíba, bairros da cidade de Boqueirão não recebem água regularmente, somente em alguns horários do dia. “Aqui só chega água a noite. A gente tem que esperar chegar, encher as vasilhas, para no outro dia lavarmos as roupas”, disse o agricultor Josenilton Macedo, do bairro Malvinas.

Segundo a Cagepa, a falta de água no bairro Malvinas acontece porque há uma dificuldade para que o abastecimento na região aconteça e que, por isso, a água chega em dias alternados. Ainda conforme o órgão, a previsão é que o problema seja resolvido nos próximos 20 dias, com a construção de uma nova tubulação e de um novo sistema de tratamento.

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